sexta-feira, 31 de maio de 2013

Ghost World - Aprendendo a viver


Talvez a massiva maioria das pessoas iria torcer o nariz e fazer cara de incompreensão quando, se caso alguém tivesse a peculiar curiosidade e me questionasse sobre meu filme favorito, eu respondesse que no topo da minha preferência cinematográfica está "Árvore da Vida", do Terrence Malick, e este, belíssimo e divertidíssimo filme, Ghost World. Se um circula nas altas rodas do cinema, indicado a Oscar de Melhor Filme, ganhador de Cannes, conhecido e reconhecido por qualquer um que procure saber sobre cinema, e tido como um dos melhores filmes, pela crítica especializada, dos últimos tempos, Ghost World ainda recebe o título de "underground", apesar de realmente ter aparecido em várias premiações, como no Oscar, pela indicação na categoria de Melhor Roteiro Adaptado (aliás, engula essa, vingadores! Ghost World foi o primeiro e, junto com "A History of Violence", formam o grupo de únicos filmes baseados em quadrinhos indicados na categoria), no Globo de Ouro, e em muitas outras premiações menores.

E, por incrível que pareça, a melhor parte de 'Ghost World' não é a Scarlett Johansson! Por mais impecável que tenha sido a atuação de uma promissora (à época, e como o tempo mostrou) atriz, que entrou totalmente no clima do que o filme propõe, o roteiro acaba por cair nas mãos graciosíssimas de Thora Birch, que acaba dando e moldando toda a personalidade do filme

O roteiro do filme não é nada de extremamente complexo, mas a abordagem é comoventemente profunda. O que existe de mais comuns que adolescentes que estão incertas sobre o seu futuro logo no início da passagem para a vida adulta? Se a pressão social, a família, a escola, puxam qualquer indivíduo para o lado, enquanto a personalidade forte e rebelde puxa para o outro, é claro que o espírito vai se sentindo cada vez mais perdido e solitário, com poucas perspectivas para um futuro que já é mais próximo do que se imagina. Focado nas personagens Enid e Rebcca, duas amigas de colegial, o filme tenta mostrar a adaptação de duas crianças no mundo real, apresentando de forma profunda as personalidades de cada uma delas, e como isso vai interferir no rumo em que vão tomar para as suas vidas.

Uma das coisas que mais me chamaram a atenção em Ghost World foi o cuidado de produzir um filme pesado mas, utilizando-se de humor negro, ironias e sarcasmos constantes, dá-se um toque de cômico à esse drama da vida real, muito presente e muito constante na sociedade. É certo que ninguém vai rir na primeira vez que se assiste a Ghost World, mas, quanto mais se assiste, mais engraçado fica.  Pra finalizar, duas das minhas frases favoritas do filme:

"Look at me, I am not even listening to a word you're saying"
"Fuck you" "You wish! Gotta buy me dinner first!"

Avaliação: