segunda-feira, 10 de junho de 2013

Elefante Branco



Nunca tinha entrado em contato com algum filme desse diretor, mas já sabia por alto que Pablo Trapero está, em seus filmes, em busca de um cinema de grandes temas e de contrapartidas sociais. Me deparei assistindo "Elefante Branco" de uma forma um tanto aleatória. Eu estava na faculdade participando de um curso de extensão e, logo quando minha aula acabou, uma colega me convidou para ficar ali na universidade, porque logo mais teria uma amostra de um filme argentino. Na verdade, eu tinha mil coisas para fazer em casa, muitos deveres e trabalhos, mas cedi ao pedido desta minha colega e fiquei para a suposta sessão. Só fui descobrir o nome do filme assim quando ele apareceu em letras garrafais logo no começo do longa.


Eu já conhecia um dos protagonista, o Ricado Darin e eu já sabia da sua fama de bom moço e ator, mas mesmo assim nunca fui fã de suas atuações e confesso que, às vezes, ele me da raiva e eu não sei explicar por que, mesmo ele sempre estando nos elencos dos melhores filmes argentinos. Os demais atores eu não conhecia.

Achei estranho ler em algumas críticas especializadas ou em opiniões leigas -como esta minha- que o filme aborda seus temas de forma superficial, porque eu achei completamente o contrário. Eu fiquei chocado, de verdade, com a direção e todo encaminhamento do filme que foi retratado de uma forma extremamente nua. Os assuntos apresentados são delicados e considero que sejam até difíceis e polêmicos de serem discutidos, agora imaginem transpor isso tudo para um filme. Tem que ser muito competentes, diretor e atores.

Bom, a história conta a trajetória de dois sacerdotes que, após sobreviverem a uma tentativa de assassinato cometida pelo exército durante seus trabalhos de evangelização na América Central, assentam-se em Buenos Aires, onde desenvolvem um importante trabalho social. Lá, conhecem Luciana (Gusman), com quem lutam lado a lado contra a corrupção que tomou conta da capital argentina, enfrentando as cúpulas de Igreja, do governo e da polícia, arriscando suas vidas para defender seus compromissos e lealdade ao povo de um subúrbio da cidade.

O melhor, para mim, no filme é o fato de que a realidade apresentada pode ser aplicada em diversos contextos, principalmente aqui no Brasil mesmo, onde a questão da miséria nas favelas é um assunto em constante pauta (ou pelo menos deveria ser). Já as questões religiosas, são fortíssimas e permeiam toda trajeto da estória até seu clímax. Terminei de assistir o filme até meio abobado. É um filme intenso, forte, verossímil, imprevisível, surpreendente e que retratada a realidade de diversas países ao redor do globo. 


É um obra que vale muito a pena ser assista e é um excelente meio para um ponto de partida para se criar uma discussão que visa discutir valores sociais e religiosos. A filmagem me pareceu um pouco incomum e, às vezes, tive a impressão de estar assistindo um documentário. Enfim, obra incrível e obrigatória.  


Avaliação: